Até setembro, Brasil já exportou 644,1 mil cabeças, volume 60,8% maior do que no mesmo período de 2017

 

México, Austrália, Canadá, Brasil, Uruguai e Estados Unidos são, nesta ordem, os principais exportadores de bovinos vivos. Juntos, estes países representaram 75,5% do volume total de bovinos embarcados em 2017, com o Brasil tendo 8,2% do total. Desde de 2016, o mercado de exportação de gado em pé no Brasil vem se recuperando da suspensão das importações feitas pela da Venezuela, principal importadora até então, devido à crise econômica e política enfrentadas pelo país.

Neste ano, até setembro, o Brasil exportou 644,1 mil cabeças, volume 60,8% maior em relação ao acumulado de 2017. O faturamento foi de US$442,9 milhões, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Figura 1. Faturamento (em milhões de dólares) e volume, em cabeças, da exportação de bovinos vivos do Brasil.

*2018 até setembro
Fonte: MDIC / Elaborado pela Scot Consultoria

Desde 2016, o maior comprador de bovinos vivos do Brasil é a Turquia. Este ano, o país foi responsável por 77,6% do volume embarcado. O Egito é o segundo maior comprador, respondendo por uma fatia de 9,1%, seguido pelo Líbano com 6,2%, Jordânia com 3,9% e Iraque com 3,2%.

Abertura do mercado

Em 22 de outubro, foi anunciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a abertura do mercado de exportação de bovinos vivos para o Irã. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), reconhece o Brasil como livre de aftosa com vacinação e risco de encefalopatia espongiforme bovina (doença da Vaca Louca) muito baixo. Esse reconhecimento contribuiu para a celebração do acordo com o Irã. O Brasil já mantinha relações comerciais com o Irã, principalmente no mercado de grãos, o que pode ter facilitado as negociações que estavam ocorrendo desde 2014.

Segundo reportagem publicada em 2017 no Financial Tribune (jornal iraniano), o Ministro da Agricultura do Irã, Hassan Rokni, informa que a produção iraniana atendia 90% do consumo interno de carne bovina e que os 10% restantes eram importados. Rokni também ressaltou que o Irá, até então, não importava animais vivos para abate.

De acordo com o Mapa, o Irã tem potencial para adquirir 100 mil bovinos anualmente. Isso representa 15,5% da exportação brasileira até setembro, em 2018. Se confirmados os embarques, o volume destinado ao Irã o colocaria como o segundo maior cliente brasileiro, atrás apenas da Turquia. Em termos de faturamento, poderia representar um incremento de US$68,7 milhões para o país, considerando os valores médios de hoje.

O Mapa também prevê a abertura do mercado brasileiro para Indonésia e a Tailândia, porém, a proximidade com Austrália e acordos já consolidados entre esses países são fatores limitantes para os negócios com o Brasil. A Indonésia representou 64% do volume de gado em pé exportado pela Austrália em 2017, e a Tailândia comprou 1% dos bovinos exportados pela Austrália.

Para a Scot Consultoria, a diversificação de destinos é importante para manter o canal de escoamento da produção aberto e melhorar o poder de barganha. Os países muçulmanos representam oportunidade para a ampliação do mercado de exportação de bovinos vivos, devido aos costumes e exigências de abate. E o Brasil tem potencial para atender esse mercado que permite agregação de valor ao bovino vivo e assim permitir ganho em cadeia, informa a consultoria.

Fonte: Scot Consultoria.

Disponível em <https://portaldbo.com.br/abertura-de-novos-mercados-para-a-exportacao-de-gado-vivo/> acesso 27/10/18 11:17 h

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